quinta-feira, 28 de março de 2024

SAURIMO - "CONVERSAS NA CIDADE"

Nota Introdutória

Repuxando o nosso passado, aquele que se inseriu nas décadas de sessenta e setenta, já do século “ido”, ... há “c´anos”!... vou tentar transportar para os “especiais”, as famigeradas conversas da “treta” tidas em família sobre temas tão diversos que marcarem a nossa estadia por terras do outro Mundo – terras do Leste de Angola. 
Certamente que todos quererão relembrar a época dourada dos nossos “vintage” e, talvez duma forma interessante e maliciosa!... Pois, sendo assim, irei apelar para três personagens por mim criadas para darem a viva voz e “palrarem” sobre os nossos briosos feitos. 
Entrarão nas “peças cantantes”, o “Marrador”- aquele que marra, e não narra, o “Vito”, aquele que canta de cor, e o “Joca”
, aquele que escuta e consente. Todos eles terão licença para “serrar”, “morder”, “trincar”, com moderação – e fazem convite aos leitores da “aérea nação” para intervirem, procurando nos recônditos da memória já nutrida de fluidos de “alzeimer”, formas de criticarem, corrigirem, inventando ou, desmentindo o que bem lhes aprouverem.


Marrador – Da Toca da Base, saem dois “coelhos” desejosos de liberdade. Fardados ou, não, eis que deixam os bares internos, a Torre, as casernas, a cidade militar, toda a sua estrutura “fedorenta”, as “gaivota de chapa batida” no seu “vai vem” rotineiro, as “paladas” de cumprimentos, capitães, disciplina a matar, o remoer que perdura diariamente...

Querem ver as “garinas” de saias aladas na belíssima Saurimo, as “black” sanzaleiras despertas nos seus “gungungos” enfim, o desejo de pronunciarem o “Moyo”... para com os valentaços “batedores”. 
O Vito e o Joca já se estatelaram junto à Porta de Armas aguardando pelo transporte que os encaminhará para os lados de “Las Vegas”. 
Vou deixá-los “cantar” por longos minutos... Será uma estadia para cansar! 
Vito – Ehhh pá... ao encontrar-me aqui, à beirinha da Porta de Armas, fez-me lembrar uma situação que me afrontou há meses atrás, na altura em que cheguei a esta “guerra”. 
Joca – Conta, conta. Mas fala baixo porque está ali...malta graduada. 
Vito – Depois da minha aterragem nestas bandas, andei mais de quinze dias sem “arrear”. Estava tão “empedernido” que até pensei em deixar de comer, receando que pudesse vir a rebentar. Isto, de mudanças de ares, deixa-me sempre apreensivo, mas desta vez receei pela minha vida! 
Joca - E depois? Desanuviaste? 
Vito – Calma. Com este receio...acabei por resolver a situação porém, acagacei-me novamente! 
Pensei em exercitar o corpo, e para tal, vesti-me a rigor com o fato de treino - calçãozinho branco, ténis à maneira, camisola de manga cavada, e nos bolsos - metade dum rolo de papel higiénico. Tudo branquinho a marchar pelas matas ou, savana. Já me esquecia que estava em África e tomei as árvores como se fosse o “Pinhal do Rei”…
O “raso” da Porta de Armas bateu-me a “pala”, abriu a cancela, e deixou passar o pombinho branco…
Lá saltitei pela “cangosta”, pela picada a fora, aquela que seguia em frente da Porta de Armas. Andei, andei, corri, saltitei para ver se “desmoía” os “ingredientes” já amorfos, mas sinais?!... só de azoto! 
A meio caminho, já sem avistar o arame farpado das “borboletas voadoras”, oiço um ruído na medonha floresta que até me causou arrepios. O pinhal do rei, deixou de ser savana para passar a floresta pois, aqui não haviam melros a cantar... Barulho? Seria algum leão?! leopardo?! crocodilo?! E para maior temor meu, ainda pensei confusamente se o mesmo teria asas!...
Ohhh menino, fiz um rodopio, coloquei o acelerador a fundo, e só parei na “cagadeira” da rendição. Não houve tempo para chegar à minha “caserninha”. 
Joca – Tanta pressa? 
Vito – Duas pressas... O medo e o “bombardeamento” resultante da ginástica forçada e dos leões... 
Joca – Ou de alguma ratazana!... Enfim, ficaste curado!...
Marrador –
A conversa era da “treta” - tal qual as conversas dos “especiais”. 
Prontos para tomarem a “mercedes” a caminho da cidade, retomam o seu “falório” já em andamento. 
Não esqueçam que são apenas cinco quilómetros de percurso, mas havia muito para “palrar”. 
Vito – Já eram horas de partir. Decerto que o condutor adormeceu. 
Joca – Nahhh…. Há oficiais no grupo! 
Vito – Ei-la. Entramos. Bem, se não viesse, iríamos de “kinga” 
Joca – De “kinga”, a pé, de mota ou, numa “mini Honda 50”. 
Vito – Transportes que já utilizei. A pé, pela “picada” de terra batida e que marginaliza a estrada asfaltada pelo lado direito. De “kinga”, naquela que comprei ao João para me deslocar pela Base. De vez em quando monto nela e faço as minhas explorações etnológicas e sanzaleiras... 
Na “mini 50”…. Essa é que me assustou redondamente!...
Joca – Só sustos? Inicialmente, com os intestinos a darem-te volta, agora, a mota? 
Vito –
Pois, tinha pedido essa “motita” ao Girão para efectuar um “rally” à vilaça, e quando regressei no lusco-fusco, o farol “piscou-se”. Enquanto deslizava pela recta, mesmo sem lua, lá ia... Quando cheguei às curvas próximas da Base...fui a atalhar. Embrenhei-me na floresta. Afirmo, não era mata, era a floresta virgem e na total escuridão. E os “cagaços” que senti na estrada sem nada ver? Já imaginava os “turras” em cada canto. Catana daqui para ali e a prisão de ventre ficava-me curada…
Joca – “Cagaceiro”. Nem há “turras” nestas paragens. 
Calor, isso sim. Vês ali aquele caminho paralelo? Há uma semana atrás resolvi sair para tirar umas fotografias. Como não ia ninguém comigo, utilizei o “temporizador” assentando a máquina na terra batida. Quando levantei a máquina fotográfica, a correia que jazia no chão, estava separada. Tinha derretido! 
Vito –
Olha, olha... o Rádio Farol. Deve estar ali o Raimundo, ou o Toneta!...
Joca – Ele, e as suas turistas... Estão sempre a “espraiar”, e ele a versejar. Poetas que eles são! 
Vito – Atrás do Rádio Farol, segue uma picada estreita que se embrenha pelas silveiras abaixo. Tive uma aventura para aquelas bandas!...
Joca – Puxa pela língua. Mataste uma “surucucu”? 
Vito – Fui visitar a Rosa, aquela boneca negra, meiguinha de encantar.
Joca – Visitar? Fazes-me rir!... 
Vito – Maldoso!... Fui visitá-la e levar-lhe cumprimentos do Júlio que partiu para o “puto” e que me recomendou protecção. Levei-lhe umas lembranças para o filho de ambos…Afinal, foi mais uma das sacrificadas da guerra e acabou com mais um encargo para a vida! 
Joca – Seria esta a Rosa que é referida nos versos do “farolista” 
Vito – Parece-me que sim. Por alguns versos carregados de tristeza, tudo indica ser a mesma. Ora escuta…

Chama-se ROSA!
E a ROSA tem de humano,
A posição vertical.
O resto…
O resto
É de animal irracional.
Não tem ódio no olhar,
Nem rancor pelos tiranos;
Ambições também não tem,
Que a vida
Sempre lhe deu desenganos,
E ela deixou de ambicionar.
…,… …,…
Aquela é uma rosa
Que não se encontra nos rosais!
Pétalas negras,
Pistilo de marfim.
E dois estigmas dardejantes de pureza,
Que beleza!
Nunca vi outra assim.

Joca – Acredito na tua “bondade”. Não dormiste nessa noite, mas…Vito – Nem nessa, nem em mais alguma pois, quando tentava seguir a “picada”, pela noite, errava o caminho e emaranhava-me no “silveirado”. A cubata ficava distante do povoado, isolada…naquela mata sadia!
Joca –
Sadia…


Marrador - Como a distância da viagem era tão curta, não deu para dar largas “cuspidelas” às nossas “cuscas”. Encontramo-nos na grande Rotunda, entrada na cidade. Na nossa margem esquerda, encontra-se o grande depósito de água, pintado a branco. Toma-se a Avenida principal que nos encaminha em direcção à Capela, voltamos à esquerda, passamos pelo bairro dos Sargentos, roçamos o Bar Quioco, Hospital, e terminamos o circuito em frente do Hotel “Pereira Rodrigues”, no cruzamento que dá para o cinema “Chikapa”, o novo, - local dos “mirones” .


Caros leitores, puxem pelos vossos “neurónios”. Relembrem as vossas peripécias para aconchegarem os textos do Vito e do Joca. O Marrador, suaviza a coisa…

Até Breve 
O Amigo Vítor Oliveira




quinta-feira, 21 de março de 2024

BA3 - BREVETAMENTO DE 16 NOVOS PILOTOS DE HELICÓPTERO - PH2/69 "GALGOS"

Sob a presidência do director do Serviço de Instrução, brigadeiro Krus Abecasis, com a presença do presidente da Câmara Municipal da Barquinha, dr. Francisco Correia; do director do Serviço de Pessoal brigadeiro Brás de Oliveira; do comandante do Regimento de Caçadores Paraquedistas coronel Mário Robalo; e do comandante da Escola Prática de Engenharia tenente coronel Bastos Carreira, realizou-se no dia 6 de Maio de 1969, na Base Aérea nº. 3 - Tancos, a cerimónia de brevetamento de 16 novos pilotos do Quadro de Complemento.

A iniciar a cerimónia usou da palavra o comandante da unidade, coronel Barbeitos de Sousa, que salientou o facto de serem estes os primeiros pilotos militares portugueses a serem brevetados com base num curso de helicópteros, para o qual partiram apenas com a fase elementar de avião.
Em seguida o director do Serviço de Instrução, num brilhante improviso, enalteceu o significado do acto e a responsabilidade do militar.
Durante e após a cerimónia além dos exercícios de helicópteros, foi a Base várias vezes sobrevoada por uma curiosa formação mista de aviões e helicópteros, representativa dos meios aéreos que nela operam.

Num total de nove aeronaves em voo de grupo, podiam distinguir-se sete tipos diferentes desde o veterano trimotor JU-52 até ao mais moderno helicóptero.


Em Revista Mais Alto   


quinta-feira, 14 de março de 2024

HISTÓRIA DO F-84G EM PORTUGAL (PARTE III)

Como atrás se viu, uma frota em fim de vida, conseguiu manter-se apesar de todos os esforços a que foi submetida, chegar ao ano de 1973. Até esta data a Esquadra 93 perdera 10 aparelhos. Nesse ano dispunha apenas de cinco (5) aeronaves operacionais. Os “velhinhos” Thunderjet foram sendo abatidos progressivamente, uns por acidentes, outros por desgaste. Mesmo aqueles vítimas de algum incidente, não seriam reparados, por falta de sobressalentes. O último F-84G a voar com as cores nacionais foi o aparelho com o número de cauda 5144. 
Como balanço da sua actividade operacional poder-se-á contabilizar a perda de 30 aparelhos, em acidentes ou incidentes, não só em Portugal Continental como também no Ultramar.

Aeronaves Acidentadas - Continente


Aeronaves Acidentadas – Ultramar “Angola”


Situação da Frota F-84G Thunderjet em 1974 “Angola”


Frota F-84G Thunderjet Sobrevivente


1) - 51-10838 para Força Aérea Portuguesa como FAP 5216. Em 1987 esteve no armazém do Museu do Ar, junto às obras da OGMA em Alverca, para ser utilizado como 'comércio' para possíveis futuras exposições. Acabaria por ser vendido para França, para interesses particulares. Encontra-se na Base Aérea de Salon-de-Provence, Salon-de-Provence, Provence-Alpes-Cote D'azur. É crível que seja a aeronave com as cores da FAP com falso "110885" de série, anotado em Outubro de 2006, no terreno do Musée du Chateau de Savigny, França. Talvez tenha ostentado as cores da Força Aérea Portuguesa durante algum tempo no museu, mas em 2014 usava cores francesas.

F-84G-26RE 51-10838 em “Musée du Chateau de Savigny” “Musée du Chateau, Provence-Alpes-Cote d'Azur”

 

F-84G 5176 na sua Base Operacional, BA-2 Ota.

O F-84G-26-RE s/n 51-9957 FAP 5176, ex-Belgium Air Force com o registo FZ-41. 1987, encontrava-se à guarda do Museu do Ar, em Alverca, para troca ou trabalhos de restauro, para futura exibição estática.

Em Alverca nos idos anos 70 do Século passado. Ostentando o emblema da sua antiga Esquadra 21, podendo ver-se o registo USAF FS-957 (S/N 51-9957

Em Fevereiro de de 2009, encontrava-se armazenado nas instalações do CFMTFA ex-BA-2 Ota. Transferido em 2011 para o AM-1 Ovar para trabalhos de restauro.

F-84G-26-RE 51-9928 FAP-5187 na sua Base Operacional, BA-2 Ota.







F-84G-26RE 51-9928 FAP-5187 na sua Base Operacional BA-2 Ota. (Ostentando o Esquema de Pintura quando foi apresentado no dia 4 de Julho de 1976, nas Comemorações do Dia da Força Aérea, em Sintra)

Tal como o 5176, em Fevereiro de de 2009, encontrava-se armazenado nas instalações do CFMTFA ex-BA-2 Ota. Transferido em 2011 para o AM-1 Ovar para trabalhos de restauro. (Foto de Luis Rosa)

F-84G-11-RE 51-10194 FAP 5201 da Esquadra 21, ex-Dutch Air Force com o registo K-76Encontra-se como a imagem demonstra, em pedestal na sua Base Operacional BA-2.

F-84G-21-RE 51-10838 FAP-5216 na sua Base Operacional, BA-2 Ota.

F-84G-21-RE 51-10838 FAP-5216 em destacamento em Sto. António do Zaire

F-84G-21-RE 51-10838 FAP-5216 em Parque Fechado do DGMFA, Alverca, à guarda do Museu do Ar

F-84G-21-RE 51-10838 FAP-5216 em Parque Fechado do DGMFA, Alverca, à guarda do Museu do Ar.
(Ver emblema da Esquadra 93 em cores pouco usuais) Foto de Júlio Pereira

F-84G-21-RE 51-10838 FAP-5216 em Parque Fechado, já pertença do ““Musée du Chateau de Savigny”, Salon-de-Provence, Provence-Alpes - Cote D'azur, França.

RESTAURO DE UM F-84G DA FORÇA AÉREA PORTUGUESA

Ao longo de cerca de três anos e meio, diversos militares do AM-1 reconstruíram um F-84G Thunderjet, que foi agora entregue ao Museu do Ar para ocupar o lugar que lhe pertence na galeria dos aviões a reacção.

No dia 23 de Junho de 2016 decorreu, no Aeródromo de Manobra N.º 1 “Maceda/Ovar”, a cerimónia de entrega do F-84G Thunderjet, ficando o mesmo com o número de cauda 5131, ostentando o símbolo da “Esquadra 21 Barretes”. (Opinião discordante, deveria manter-se Registo Inicial).

Tal como mencionado anteriormente, dispunha a Força Aérea Portuguesa, de dois aparelhos F-84G que se encontravam, após o fim da sua vida operacional ao serviço das Esquadras 20 / 21 da Base Aéra nº 2, Ota, à guarda do Museu do Ar. Esses aparelhos guardados desde 1974, os 5176 e 5187, acabariam por ser alvo de trabalhos de restauro dando assim origem a um aparelho que recebeu o número de cauda 5131. 
Tal recuperação, incidiu basicamente na aeronave 5176, sendo o 5187 também intervencionado, para a cedência de acessórios / peças para a concretização de tais trabalhos. 
A Célula do 5187, encontra-se exposta no Núcleo de Ovar do Museu do Ar, sendo crível a sua total recuperação para fins museológicos. O tempo o dirá. 
Uma palavra de muitos parabéns e muito apreço a toda a equipa que recuperou o F–84G recriando-o como 5131, com destaque para o Sargento-Mor Alves e o Sargento-Ajudante Torres. 
Seguidamente apresentam-se fotos das diferentes fases dos trabalhos. 

Após longos meses submetido a grandes trabalhos de restauro, o 5176, apresenta-se resplandecente no lugar a que sempre teve direito, o “Museu do Ar”, em Sintra, agora com o Registo 5131

O F-84G 5187 em Ovar





MUSEU DO AR

HOMENAGEM - OBITUÁRIO

No presente trabalho de compilação de dados referentes à passagem dos REPUBLIC F-84G Thunderjet, pela Aviação Militar Portuguesa, presta-se Homenagem Sentida, a todos, quantos aos comandos desta aeronave que, constituiu as primeiras Esquadras com equipamento a reacção, perderam as suas vidas voando.

Recordemos os seus nomes:


09 de Outubro de 1953 

Ota, o F-84G-26-RE, com a matrícula e a referência USAF 51-11082, tripulado pelo Major Piloto aviador Artur Tamagnini Barbosa, despenha-se no solo falecendo o piloto.

27 de Abril de 1954 
O F-84G-26-RE com a matrícula 5105 e o registo USAF 51-11025, despenha-se na pista da Base Aérea da Ota no decurso da descolagem. Perde a vida o 1º Sargento Piloto Armando Garcia Félix.

03 de Outubro de 1954 
O F-84G-26-RE  com a matrícula 5108 e o registo USAF 51-10900, despenha-se em Santa Margarida no decurso de manobras militares, falecendo o Furriel Piloto  Armelim Henriques Borges.

21 de Janeiro de 1955 
O Caça F-84G-26-RE com a matrícula 5113 e registo USAF 51-11104, tem um acidente na descolagem na Base Aérea da Ota, falecendo o Furriel Piloto Rui Fernando Busca.

28 de Fevereiro de 1955 
Numa colisão em voo, na zona de Monte Real, são perdidos os F-84G-26-RE com a matrículas FAP 5142 (51-11190) e 5134 (51-16651), falecendo os dois pilotos, respetivamente Alferes Piloto aviador António Maria Craveiro Lopes Carneiro de Sousa e Faro e Furriel Piloto Joaquim Marques Gonçalves

24 de Março de 1955 
É perdido em Alcochete, na carreira de tiro, o F-84G-26-RE com a matrícula 5139 e o registo USAF 51-1228, tendo no acidente falecido o Furriel Piloto Acácio Bento da Silva Pinheiro.

21 de Dezembro de 1955 
Despenha-se em Ume, Coruche, durante uma sessão de acrobacia, o  F84-G-26-RE com a matrícula 5123 registo USAF 51-10991, morrendo no acidente o 1º Cabo Piloto Victor Manuel Pereira Peniche.

17 de Janeiro de 1956 
O F-84G--26-RE com a matrícula FAP 5137 e o registo USAF 51-11216, despenhou-se na Base Aérea da Ota, falecendo no acidente o Alferes Piloto Joaquim Gomes da Palma.

04 de Julho de 1956 
O F-84G-26-RE, com a matrícula 5117 registo USAF 51-11063, é perdido em Sousel, Alentejo, falecendo o Alferes Piloto aviado  Manuel Capela Araújo.

08 de Abril de 1957 
É perdido na Serra dos Candeeiros, o F-84G-26-RE com a matrícula FAP 5112 registo USAF 51-11020, falecendo na colisão com o solo o Alferes Piloto aviador António Bau de Sousa.

08 de Outubro de 1957 
Despenha-se em Almeirim, o F-84G-26-RE  com a matrícula 5160 e o registo USAF 51-11216A, morrendo o Alferes Piloto aviador António José Joaquim Manso.

11 de Março de 1958 
O F-84G-26-RE com a matrícula 5194 e o registo USAF 51-9716, pilotado pelo Alferes Piloto aviador José Joaquim Borges dos Reis, despenha-se no Vale do Sorraia, Coruche, falecendo o piloto.

02 de Outubro de 1959 
O F-84G-16-RE com a matrícula 5133 e registo USAF 51-10468, é perdido em Maceira do Liz, Leiria, por falha estrutural, falecendo o Tenente Piloto aviador Artur Manuel Trigo Taveira Pereira.

01 de Julho de 1955 

São perdidos numa colisão contra a Serra do Carvalho, o maior número de sempre de aviões militares. No trágico acidente, o maior envolvendo diversos aviões, são destruídos os F-84G com a matrícula FAP: 5126;5132;5135;5138;5140;5150;5157 e 5159. 
Falecendo os seguintes pilotos: 
Tenente Piloto aviador António Rocha de Mós; 
Alferes Piloto aviador Henrique Pinto Howell; 
Alferes Piloto aviador Alfredo Ventura Pinto; 
Alferes Piloto aviador José Guerreiro Bispo; 
2º Sargento Piloto Fernando da Silva Santos; 
Furriel Piloto Diniz Alves Martins; 
Furriel Piloto António Carvalho; 
Furriel Piloto Danilo Martins da Fonseca.









1 DE JULHO DE 1955 SERRA DO CARVALHO “O MONUMENTO”


14 de Outubro de 1961 
Perde-se em missão de combate na Serra da Cananga em Angola, o F-84G-16-RE com a matrícula FAP 5180 e o registo USAF 51-10473, tendo morrido o Tenente Piloto aviador António Seabra Dias.

23 de Junho de 1962 
Em missão de combate é perdido em Angola no Vale do Loge, o F-84G-26-RE com a matrícula  5177 registo USAF 51-9962, pilotado pelo 2º Sargento António Alberto de Castro Carneiro que morre na colisão com o solo.

03 de Junho de 1964 
O F-84G-26-RE com a matrícula da FAP 5128 registo USAF 51-11219, é perdido no Mar em frente a Luanda, tendo falecido o Tenente Piloto aviador Francisco Cunha Castro Navarro.

14 de Fevereiro de 1965 
É perdido nos  Dembos, Angola em missão de combate o F-84G-6-RE com matrícula 5186, registo USAF 51-9871, morrendo o seu piloto Capitão Luís Alberto Ferreira da Fonseca Simões.

30 de Setembro de 1967 
É perdido na região de Balacende em Angola, o  F-84G-26-RE com a matrícula 5164 e o registo USAF 51-11120, falecendo o  Tenente Piloto aviador Manuel Anjos Martins Silva.

25 de Abril de 1969 
Devido a colisão em voo com o F-84G 5130, é perdido em Luanda - Angola,  o F-84G-26-RE  com a matrícula 5213, registo USAF 51-10941, falecendo o Capitão Piloto aviador António Caetano Abrantes.

Homenagem sentida ao distinto Magnífico da Esquadra 93, Coronel Alcino Luciano Roque, falecido a 16 de Março de 2022. Ingressou na Força Aérea Portuguesa a 30 de Outubro de 1952, e após várias fases viria a qualificar-se em F-84G em finais de 1954, voando na aeronave quase 20 anos. Ao serviço da Pátria serviu a Esquadra 93 “Magnificos” durante 12 anos, o que fará do Coronel Roque um dos pilotos com mais missões operacionais de combate. O último registo de uma missão com emprego de armamento executado por uma parelha de F-84 ocorre a 19 de Fevereiro de 1973. O Coronel Roque seria um dos intervenientes na dita operação. Numa fase posterior, as missões operacionais de combate de Thunderjet seriam de âmbito de Reconhecimento Visual. Entre muitos louvores e distinções atribuídas ao distinto Magnífico, refira-se duas medalhas de serviços distintos grau prata com palma; uma medalha de mérito militar 1ª classe e medalha Legião de Honra grau Comendador, atribuída pelo Governo Francês. Não permitamos que seja esquecido!

Na Paz …Pacíficos, Na Guerra…Terríficos.

AVIÕES ”REPUBLIC F-84G THUNDERJET” entregues à Força Aérea Portuguesa, ao Abrigo do MDAP



USAF 492nd FBS (48th FBW) “FS”

492º Esquadrão de Caça (492º FS), apelidado de "Os Bolars" e "Os Madhatters", faz parte da 48ª Esquadra de Caça da RAF, em Lakenheath, Suffolk, Reino Unido 
Inicialmente activado em 15 de Janeiro de 1941, como um Esquadrão de Treino do Corpo Aéreo do Exército, do Distrito Aéreo do Sudeste - o 55º Esquadrão de Bombardeamento (Ligeiro) - , seria destinado ao 48º Grupo de Bombardeamento. A unidade foi equipada com uma variedade de aeronaves de segunda linha, como o Curtiss A-18 Shrike e o Douglas A-20 Havoc , preparando os seus pilotos e equipas de manutenção para eventuais combates. Após o ataque a Pearl Harbor, o esquadrão realizou patrulhas anti-submarinas, de Março a Abril de 1942. Retomando o treino das tripulações de voo, muitos dos membros do grupo passaram a servir em esquadrões estacionados na Europa e nos teatros do Pacífico. A unidade foi redesignada como 55º Esquadrão de Bombardeamemto (Mergulho) em 28 de Agosto de 1942.  
A 10 de Agosto de 1943, a unidade volta a ser redesignada como 492º Esquadrão de Caças-Bombardeiros, pouco antes de se mudar para o Campo de Aviação do Exército no Norte de William, no  Tennessee , dez dias depois. Eventualmente chegando com o 3º Comando de Caça das Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos em 1944, o esquadrão treinou pilotos recém chegados com o Republic P-47 Thunderbolts. Em Janeiro de 1944, a unidade tornou-se um esquadrão de caça operacional com o fim do treino RTU. O 492º foi implantado no Teatro Europeu de Operações (ETO) e designado para o IX Comando de Caça na RAF, em Ibsley , Inglaterra , no mês de Março de 1944. 
A Unidade foi reactivada em 10 de Julho de 1952 como 492º Esquadrão de Caças-Bombardeiros (492º FBS), um esquadrão da NATO designado para a Base Aérea de Chaumont-Semoutiers , em França. Equipado inicialmente com o Republic F-84G Thunderjets , o esquadrão foi actualizado em 1953 para aeronaves North-American F-86F Sabre , com o último dos Thunderjets
saindo em 1954.

Emblema do 55º Esquadrão de Bombardeamento (aprovado em 25 de Fevereiro de 1943) 

USAF 493rd FBS (48th FBW) “FS” 

493º Esquadrão de Caça (493º FS), apelidado de “Grim Reapers”, faz parte da 48ª Esquadra de Caça da Força Aérea dos Estados Unidos localizada na RAF Lakenheath, Suffolk, Reino Unido
Activado como um Esquadrão de Treino do Corpo Aéreo do Exército, do Distrito Aéreo do Sudeste, foi equipado com uma variedade de aeronaves de segunda linha, monomotores e bimotores, preparando os seus pilotos e equipas de manutenção para eventuais combates. Após o ataque a Pearl Harbor , o esquadrão realizou patrulhas anti-submarinas de Março a Abril de 1942. Retomando o treino das tripulações de voo, muitos dos membros do grupo passaram a servir em esquadrões estacionados na Europa e nos teatros do Pacífico. 
Eventualmente chegando sob o AAF  Fighter Command em 1944, os pilotos recém chegados foram treinados em Republic P-47 Thunderbolts, convertido em Janeiro de 1944 num esquadrão de caça operacional. Desdobrado no Teatro Europeu de Operações, foi designado para o 9º Fighter Command no Reino Unido, em Março de 1944. 
Em 5 de Julho de 1945, o esquadrão chegou a Laon, na França
O esquadrão foi reactivado em 1952 como um esquadrão de Caças-Bombardeiros da NATO estacionado em França. Equipado inicialmente com o Republic F-84G Thunderjets , actualizado em 1954 para aeronaves North-American F-86F Sabre, realizou .exercícios de prontidão operacional e de avaliações tácticas. Aperfeiçoando as técnicas de bombardeamento e artilharia, o esquadrão deslocava-se frequentemente para a Base Aérea de Wheelus, na Líbia, para missões de treino.

USAF 3131st MG “31st Maintenance Group, Aviano Air Base”

USAF 3153rd Maintenance Squadron

MISSÃO

O 31º Grupo de Manutenção fornece manutenção em tempo de paz e combate e controle de munições e apoio executivo para a 31ª Ala de Caça, unidades geograficamente separadas sob o comando e controle da ala e unidades adquiridas durante estágios avançados de prontidão. O 31º MXG também responde aos requisitos de apoio logístico humanitário e de contingência, conforme orientado pelo Joint Chiefs of Staff através do Quartel-General das Forças Aéreas dos EUA na Europa para locais na Europa, África e Sudoeste Asiático.

HISTÓRIA

O 31º Grupo de Manutenção foi originalmente estabelecido como o 31º Grupo de Manutenção e Suprimentos em 6 de Novembro de 1947. O grupo estava localizado em Turner Field, Geórgia, de 20 de Novembro de 1947 a 10 de Fevereiro de 1951, quando foi desactivado. 
Em Agosto de 1951, o 31º Grupo de Manutenção tornou-se a primeira unidade a receber o modelo F-84G Thunderjet, actualizado Além das actualizações de motor, armamento e aviónicos, o F-84G foi o primeiro caça projectado para Reabastecimento Aéreo e o primeiro Caça-Bombardeiro monolugar, concebido, com capacidade de transportar bomba nuclear. 
O 31º Grupo de Manutenção e Suprimentos foi restabelecido e redesignado como 31º Grupo de Logística em 28 de Outubro de 1991 em Homestead AFB, Flórida, onde permaneceu até 1 de Abril de 1994. O 31º Grupo de Manutenção mudou-se então para sua sede actual, a Base Aérea de Aviano, em Itália.






FIM

Artigo da autoria de
Júlio Augusto da Silva Pereira